Em um cenário onde a preservação ambiental se torna cada vez mais crucial, ações que colocam em risco áreas protegidas chamam a atenção e geram debates acalorados.
Recentemente, um episódio envolvendo a intervenção ilegal em uma área de preservação dentro de um condomínio de alto padrão trouxe à tona questões sobre responsabilidade ambiental e os limites entre interesses particulares e o bem comum.
No início de fevereiro de 2025, policiais militares ambientais flagraram um desmatamento irregular em uma Área de Preservação Ambiental (APA) localizada no condomínio de luxo Boulevard Lagoa, no bairro Boulevard Lagoa, na cidade da Serra, Espírito Santo.
A intervenção ilegal ocorreu na APA da Lagoa Jacuném e, conforme relatos dos envolvidos, foi realizada a pedido dos proprietários de uma mansão que desejavam abrir vista para a lagoa.
A descoberta ocorreu no dia 6 de fevereiro, após uma denúncia anônima.
No local, os militares constataram o corte de árvores nativas em estágio médio de regeneração, conforme informações apuradas pelo Jornal Tempo Novo.
Um homem, identificado como responsável pela empresa contratada para realizar o desmate, admitiu não possuir autorização para a intervenção e relatou ter utilizado motosserra, foice e facão para a remoção da vegetação.
Marcas nos troncos das árvores confirmaram o uso desses equipamentos.
Durante o depoimento, o responsável pelo desmatamento indicou um segundo indivíduo como contratante da intervenção.
Ao ser questionado, esse segundo envolvido confirmou que as obras estavam em andamento na residência e que os donos da mansão haviam solicitado o desmate para obter uma vista privilegiada da lagoa.
No condomínio de luxo, os policiais encontraram dois troncos de madeira, enquanto os demais resíduos lenhosos já haviam sido descartados pelos trabalhadores.
Os dois homens foram encaminhados à 3ª Delegacia Regional para prestar esclarecimentos.
A Prefeitura da Serra foi acionada para aplicar sanções administrativas, incluindo multas, já que a área é uma APA municipal.
A investigação segue para apurar a responsabilidade dos proprietários da mansão no crime ambiental.
De acordo com o site Tempo Novo, a reportagem entrou em contato com a Prefeitura da Serra para obter informações sobre as medidas tomadas. Assim que houver uma resposta, o texto será atualizado com as novas informações.
